A banalização da Palavra de Deus começa com a interpretação errada do seu texto
Voltemos os nossos olhares hoje, meus irmãos, para João 7.27: “Mas nós sabemos de onde este homem vem. Quando, porém, o Cristo vier, ninguém saberá de onde ele é”. Antes de prosseguirmos, e a título de esclarecimento, a palavra “Cristo”, no grego, é a tradução da palavra “Messias”, no hebraico. Assim, toda vez que lemos “Cristo” no Novo Testamento, é a tradução da palavra “Messias” do Antigo Testamento. Voltando ao versículo que estamos considerando, os judeus disseram que quando o Messias viesse, “ninguém saberia de onde Ele viria”. Será que eles imaginavam que o Messias seria uma espécie de “ET” vindo de alguma galáxia desconhecida? Foi por causa dessas ideias populares sobre o Messias, que o verdadeiro Messias de Israel disse: “Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mateus 22:29). Como os judeus podiam pensar que o Messias chegaria de um lugar desconhecido, visto que o profeta Miqueias, há mais de 700 anos antes já profetizara o local do Seu nascimento? “E você, Belém-Efrata, que é pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de você me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Miqueias 5:2).
Em tudo Jesus cumpriu e foi cumprimento das Escrituras
Voltemos a nossa atenção hoje, meus irmãos, para Mateus 8.16,17: “Ao cair da tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e com a sua palavra ele expulsou os espíritos e curou todos os enfermos; para que se cumprisse o que havia sido falado pelo profeta Isaías: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou as nossas doenças”. Mateus registra essas palavras logo depois de Jesus ter curado um leproso, curado à distância o servo do centurião romano de Cafarnaum e de ter curado a sogra de Pedro. E Mateus acentua que Jesus efetuou essas curas “para que se cumprisse o que havia sido falado pelo profeta Isaías”. Em tudo Jesus cumpriu e foi cumprimento das Escrituras. Desde o Seu nascimento, até o Seu último suspiro: “O nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava comprometida a casar‑se com José. Mas, antes de se unirem, ela achou-se grávida pelo Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem darás o nome de Jesus; porque ele salvará seu povo dos seus pecados. Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor havia declarado pelo profeta: A virgem engravidará e dará à luz um filho, a quem chamarão Emanuel, que significa: Deus conosco” (Mateus 1:17, 21-23). Até sobre o destino das vestes de Jesus, as Escrituras se referiram: “Por isso, disseram uns aos outros: Não a rasguemos, mas tiremos sortes, para ver de quem será; para que se cumprisse a Escritura, que diz: Repartiram entre si as minhas roupas e tiraram sortes. E assim fizeram os soldados” (João 19:24).
Diante de quaisquer circunstâncias do momento, não se desespere, creia!
Meditemos hoje, meus irmãos, em Mateus 9.23-25: “Quando Jesus chegou à casa daquele chefe e viu os flautistas e a multidão em alvoroço, disse: Retirai-vos, pois a menina não está morta, mas dormindo. E riam dele. Depois que a multidão foi retirada, Jesus entrou, tomou a menina pela mão, e ela se levantou”. Esse foi o desfecho da história da ressurreição da única filha de Jairo, um dos chefes de uma das sinagogas de Israel. Imaginem o desespero de um pai com a morte prematura de sua única filha! O que fazer? A quem recorrer? Louvado seja Deus, o Seu Filho estava presente naquela ocasião e acessível a Jairo, solidário ao seu sofrimento e poderoso para atendê-lo na sua necessidade: “Enquanto ainda lhes dizia essas coisas, chegou um dos chefes da sinagoga e, ajoelhando-se, disse: Minha filha acaba de morrer; mas vem, impõe-lhe a mão, e ela viverá. Então Jesus se levantou e o acompanhou, ele e seus discípulos” (Mateus 9:18-19). Sim, é no meio das nossas carências e da nossa pequenez e inabilidade que Jesus nos socorre: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas alguém que, à nossa semelhança, foi tentado em todas as coisas, porém sem pecado. Portanto, aproximemo-nos com confiança do trono da graça, para que recebamos misericórdia e encontremos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno” (Hebreus 4:15-16).
A leitura, o estudo e a meditação na Palavra de Deus é a forma mais proveitosa de empregarmos o nosso tempo
Por que ler a Bíblia? Na verdade, a Bíblia não deve ser apenas lida: deve ser estudada e, muito mais, deve ser objeto da nossa meditação constante pois, como disse Moisés, “Porque esta palavra não vos é vã; antes, é a vossa vida; e por esta mesma palavra prolongareis os dias na terra, a que, passando o Jordão, ides para possuí-la” (Deuteronômio 32:47). É pela Palavra viva de Deus que experimentamos a eficácia da fé evangélica: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hebreus 4:12). Quando lemos, estudamos e meditamos na Palavra, constatamos que ela é totalmente inspirada por Deus e proveitosa para o nosso crescimento espiritual: “Toda a Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; a fim de que o homem de Deus tenha capacidade e pleno preparo para realizar toda boa obra” (2Timóteo 3:16-17).
A cosmovisão bíblica, deve ser a nossa cosmovisão
“O ser humano é movido pela sua mente”. Isso significa dizer que o ser humano age positiva ou negativamente, pelo que ele é, e pela visão que ele tem do conjunto das coisas que lhe cercam. Ou seja, suas ações são delimitadas pela sua cosmovisão. At 17.16 mostra o apóstolo Paulo muito indignado em Atenas. O que o levou a ficar tão indignado? “Enquanto Paulo esperava por eles em Atenas, ficou muito indignado ao ver ídolos por toda a cidade”? A resposta é que a indignação de Paulo é o retrato do seu conhecimento sobre a reprovação de Deus a qualquer espécie de idolatria. O próprio Paulo escreveu à Igreja de Corinto sobre o que estava por trás da idolatria: “Então, o que estou tentando dizer? Que a comida oferecida a ídolos tem alguma importância, ou que os ídolos são deuses de verdade? De maneira nenhuma! Estou dizendo que esses sacrifícios são oferecidos a demônios, e não a Deus. E não quero que vocês tenham parte com demônios. Vocês não podem beber do cálice do Senhor e também do cálice de demônios. Não podem participar da mesa do Senhor e também da mesa de demônios” (1Coríntios 10:19-21).
A presença de Deus é o encontro do anseio da alma do crente com a plena satisfação
A nossa meditação hoje, meus irmãos, será no Salmo 105.1-5: “Rendei graças ao Senhor, invocai o seu nome; anunciai seus feitos entre os povos. Cantai-lhe, cantai-lhe louvores; falai de todas as suas maravilhas. Gloriai-vos no seu santo nome; alegre-se o coração daqueles que buscam o Senhor. Buscai o Senhor e a sua força; buscai sempre a sua face. Lembrai-vos das maravilhas que ele tem feito, dos seus prodígios e dos juízos que proferiu”. Perceberam quantos verbos no imperativo contém nesses versículos? E conseguiram ver o resultado maravilhoso do que acontece quando pronunciamos esses verbos? O Salmo nos chama a render graças ao Senhor, invocar o Seu nome, anunciar os Seus feitos, cantar-Lhe louvores, gloriar-se e alegrar-se n’Ele, buscar a Sua força e a Sua face e lembrar-se das Suas maravilhas e prodígios. Quando assim fazemos, mergulhamos no mar da eternidade e da presença constante de Deus, e tomamos conhecimento das Suas alianças e promessas com o Seu povo, ficando o nosso ser repleto da Sua presença e da Sua glória.
É pela Palavra de Deus que vivemos e pela qual existimos
Depois de setenta anos de cativeiro na Babilônia, cumprindo a penalidade dos seus pecados, por transgredirem a Lei de Deus, o povo de Israel é trazido de volta à sua terra e, parece que aprenderam alguma lição, já que num determinado dia, o povo se reuniu numa das praças de Jerusalém, e pediu que o sacerdote Esdras lesse a Lei de Deus para eles: “Então, como se fosse um só homem, todo o povo se reuniu na praça, diante da porta das Águas. E pediram a Esdras, o escriba, que trouxesse o Livro da Lei de Moisés, que o Senhor dera a Israel. E assim, no primeiro dia do sétimo mês, o sacerdote Esdras trouxe a Lei perante a comunidade, que era constituída de homens, de mulheres e de todos os que podiam entender. E a leu em voz alta de frente para a praça diante da porta das Águas desde o alvorecer até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres e dos que podiam entender. E todo o povo estava atento à leitura do Livro da Lei” (Neemias 8:1-3). O povo finalmente entendeu as palavras de Moisés em Deuteronômio 32.47: “Porque esta palavra não é para vós outros coisa vã; antes, é a vossa vida; e, por esta mesma palavra, prolongareis os dias na terra à qual, passando o Jordão, ides para a possuir”.