At. 12: 1-17
Introdução: O texto lido revela a atuação de cinco personagens: Deus, Herodes, Tiago, Pedro e a Igreja. O texto também mostra o agir soberano de Deus sobre os outros quatro personagens. A família dos Herodes é bem marcante para o Cristianismo (o Herodes aqui relatado é o Antipas I, neto de Herodes, o grande, que intentou matar Jesus). Tiago e Pedro foram dois pescadores do mar da Galiléia convocados por Jesus no início do Seu ministério e se tornaram, juntamente com João, Seus apóstolos mais íntimos. Formavam o trio que acompanhava o Senhor nos momentos mais marcantes do Seu ministério. Estiveram com o Mestre no monte da transfiguração, na casa de Jairo e em outras tantas ocasiões. Depois que o Senhor ressuscitou e retornou aos céus, a esses dois discípulos foram reservados papéis bem relevantes na história da Igreja recém nascida. No texto lido vemos ambos sendo presos para serem mortos pelo poder público. O primeiro mártir do Cristianismo foi Estêvão, vítima do poder religioso. Agora Tiago e Pedro são sentenciados pelo poder político. Acompanhemos o desenrolar da história e deixemos que Deus nos instrua através da Sua Palavra.
I. ATOS SOBERANOS DE DEUS (vs. 1-4). Tiago e Pedro foram convocados no mesmo dia para o ministério apostólico (Mt. 4: 18-22). Quantos momentos gloriosos e marcantes eles viveram ao lado do Senhor! O que nenhum dos dois podia imaginar era a influência que suas vidas causariam para a posteridade cristã. Duas vidas, dois grandes exemplos de fé, compromisso, lealdade e firmeza foram as marcas que eles legaram. Na vida de ambos foi manifestado o agir soberano de Deus: um pela morte, outro pela vida. Ambos foram presos por Herodes na mesma ocasião e isto por permissão de Deus (Rm. 13: 1, 2; 9: 17; Pv. 21: 1). O mesmo Deus soberano que permitiu a morte de Tiago decidiu livrar Pedro. Por quê? Só Ele sabe.
II. ATOS SOBERANOS DE DEUS NA IGREJA (vs. 5, 7). A Igreja veio a existir porque Deus, nos Seus eternos decretos, quis (Ef. 3: 8-12). Ela agora perdera um dos seus líderes e outro já estava preso para ter o mesmo fim. O que fazer? A Igreja respondeu: Orar!
a. “Pedro era guardado na prisão, mas a Igreja fazia contínua oração por ele a Deus”. Era um problema insolúvel para a nascente Igreja. Então ela, como um corpo, se reúne e apresenta a Deus o problema que um de seus membros enfrentava. Desde o início a Igreja não teoriza sobre o dever de orar, ela dá o exemplo: ora continuamente e se envolve no problema dos seus membros.
b. “Sobreveio o anjo do Senhor e a luz raiou na prisão, despertou Pedro e soltou suas algemas”. Quando a Igreja fez o que deveria, Deus interveio, ordenando a um anjo que fosse à prisão soltar o Seu servo. Ao entrar na prisão, a luz raiou, despertou o sonolento Pedro e soltou suas algemas. Em outras palavras, Deus agiu soberanamente!
III. REAÇÕES DE UM HOMEM QUE CONFIA NA SOBERANIA DE DEUS (vs. 6-12).
a. Pedro estava preso algemado a dois soldados e o presídio completamente vigiado. Apesar da segurança palaciana sobre a pessoa de Pedro e da sua certeza de que teria o mesmo destino do seu colega de ministério Tiago, não ficou abalado. Ele estava tranqüilo sabendo que sua vida estava nas mãos de Deus. Pedro descansa na soberania de Deus por causa da sua afeição ao Senhor. Não apenas por submissão.
b. Pedro obedece todas as ordens do anjo (vs. 7, 8). A Bíblia mostra algumas pessoas que não obedeceram a voz de Deus (Gn. 3: 6; I Rs. 13: 1-26).
c. Pedro seguia o anjo, apesar de pensar que estava tendo alguma visão. Pedro, apesar do seu temperamento sanguíneo, tinha aprendido a seguir ao Senhor. Desde o início do seu ministério ele foi seguidor de Jesus. Negou-O uma vez, mas arrependeu-se e chorou amargurado. Foi reintegrado por Jesus ao ministério e O serviu fielmente até o fim da sua vida.
d. Pedro vê todas as portas da prisão se abrirem e só na rua é que percebe o milagre. O simples passar do anjo destrói todo o sistema de segurança que Herodes montou. As portas da prisão se abrem e Pedro se encanta com a visão. O milagre normalmente parece irreal.
e. Pedro de imediato reconhece o agir soberano de Deus (vs. 11). Quando o anjo lhe deixa só, ele louva a Deus. O milagre acontece para conceder coisas impossíveis, mas depois podemos ser deixados sós para expressarmos a Deus e ao mundo até que ponto cremos na Sua soberania (II Cr. 32: 31).
f. Pedro logo procura os irmãos (vs. 12). É muito reconfortante saber que existem irmãos que se preocupam conosco. Nos momentos difíceis eles oram por nós; nos momentos de alegria eles comemoram conosco. Pedro foi procurar seus irmãos.
IV. A IGREJA TESTEMUNHA UM ATO SOBERANO DE DEUS (vs. 13-17).
a. A alegria toma conta da menina Rode. Que lição poderosa aquela Igreja aprendeu de Deus! Rode é um exemplo de alegria em pessoa. A alegria nos deixa “meio bobos”. Assim como Rode ficou.
b. A Igreja não acredita que seja Pedro quem está fora. Apesar de orarem por Pedro, podemos perguntar que tipo de oração eles estavam fazendo. Será que era para Pedro ficar firme na hora da morte, como fizeram Estêvão e Tiago, e por isso não acreditavam que poderia ser Pedro que batia à porta? Ou eles pediram o milagre da libertação, mas achavam impossível acontecer? Só Deus sabe. O fato é que Deus resolveu quebrar todos os protocolos humanos e libertar Seu servo naquele momento.
c. Pedro dá seu testemunho à Igreja que orava incessantemente por ele. Pedro não perdeu ocasião de testemunhar das grandezas de Deus aos irmãos. É assim que deve ser feito sempre.
Conclusão: As lições que tiramos deste texto são de atos soberanos de Deus: seja Ele permitindo a execução do Seu servo Tiago, ou livrando Pedro da morte ao libertá-lo da prisão. Em tudo vemos que os Seus eternos propósitos prevalecerem, pois a Igreja apesar das ferozes perseguições que sofreu desde o início existe. Qualquer instituição humana, por mais capazes que fossem seus líderes, teria falido. Mas a Igreja por ser parte dos eternos propósitos de Deus, continua e continuará enquanto a terra durar. O Deus soberano disse que seria assim e assim será, porque Deus, por Seu poder soberano, disse que ela subsistiria vencedora para todo o sempre.